Quando o amigo dirige de forma diferente ou arruma o quarto de forma diferente, há um incômodo e um questionamento na forma que a gente faz.
Será melhor o jeito do outro? Ou devo ser autêntico mesmo?
Já quando o outro ama alguém do mesmo sexo, transa com várias pessoas, ou defende uma certa posição política o incômodo pode ser maior, tão maior que invés de questionamento o a postura se torna um ataque.
O problema surge quando o outro é diferente em áreas da vida que somos mais rígidos, áreas em que somos cheios de imperativos e proibições, como no amor, sexo, política, e religião. Quem ama diferente, tem convicções diferentes ou mesmo acredita num deus diferente, tudo fica mais sério.
AFINAL, SE O OUTRO ESTÁ CERTO COMO POSSO EU ESTAR TAMBÉM? É bem simples, a vida não precisa seguir essa lógica binário de pares opostos. Nem tudo pode ser colocado definitivamente em lado dessa polaridade. Nem tudo pode ser facilmente julgado como certo ou errado.
Onde temos menos regras somos flexíveis e aceitamos mudar. Onde somos neuróticos e cheios de “não pode” a rigidez impera. E a rigidez impera exatamente onde nos impomos ideais, onde polarizamos, onde dizemos que algo “é ou não é”.
Quado queremos definir a barreira entre o “pode” e “não pode” temos a rigidez. E nesse caso se o desejo for pelo que “não pode” a tensão sobre o EU aumenta até que seja liberada de forma explosiva.
Para ser mais objetivo: os afetos mais intensos vêm dos desejos mais reprimidos que fragilizam o EU.