A criança cai, machuca, dói. Os pais se desesperam, gritam e correm para acudir.
Será essa a reação necessária? Depende do tombo e da extensão do machucado? Devo avaliar os danos antes de me desesperar? É possível NÃO me desesperar até que eu faça a avaliação?
A gente sabe que não pode controlar sentimentos, e nossos esquemas de reação são moldados muito cedo, desde a tenra infância. É uma das poucas coisas que podemos mudar em nossa constituição, e requer um esforço descomunal (idealmente uma longa terapia).
Aquilo que dói vai continuar sempre doendo, mas a gente pode mudar a forma de sofrer, a forma como isso afeta a nós e nossos pares. O sofrimento é o reconhecimento do outro sobre o que dói em nós, e isso nós podemos modificar, por mais que a dor, não.